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Case de Sucesso – Retorno ao Trabalho após afastamento!

Visita 01 – 29/01/2014

Nesse dia conheci a fábrica. Conversei com vários colaboradores, perguntei suas queixas e sugestões de melhorias poderiam ser feitas. Analisei os postos de trabalho, principalmente os que eram executados pelo colaborador afastado.

Depois fui conhecer o colaborador R., que está na empresa há 6 anos.

Ele teve em julho/13 uma dor na coluna e ficou afastado por alguns dias, quando retornou teve, logo no início da jornada de trabalho, um “novo travamento” e saiu para o hospital novamente.

Desde então está afastado. Seu diagnóstico é de ciatalgia com irradiação para o MIE (Membro Inferior Esquerdo).

O travamento aconteceu ao puxar o carrinho paleteiro, ele sentia-se inseguro, fez muita força e acabou escorregando um pé e caiu no chão com fortes dores.

O médico do INSS liberou-o para as atividades, mas ele ainda tinha algumas dores ciáticas eventuais. Seu retorno estava programado para o dia 03/02/2014.

Avaliação: Avaliei sua postura, sua amplitude de movimento ativa e passiva e sua força. Ele é um paciente muito forte, mas com pouca flexibilidade.

Logo após a avaliação iniciei um trabalho de alongamento e fortalecimento de abdominal (um dos poucos músculos fracos). Respeitando os limites da dor (nossa única condição: não poderia sentir dor na coluna lombar e ciático). Ele executou a maioria dos exercícios, mas não todos, pois alguns ocasionavam dor.
Após saber como ele reagiria aos exercícios elaborei uma sequência de 36 exercícios (alongamentos e fortalecimentos) para ser repetido todos os dias, duas vezes ao dia, inclusive de final de semana. Sempre respeitando a dor.

 

Visita 02– 03/02/2014

Nesse dia o colaborador relatou que não teve nenhum episódio de ciatalgia desde que iniciou os exercícios. Nesse dia acompanhei todos os exercícios feitos e corrigi pequenos erros de execução.

Percepção corporal: Também iniciei a orientação da perceção corporal durante os exercícios. Em um exercício específico recomendei que percebesse seu corpo antes do início do movimento. O objetivo era que ele percebesse que o corpo não executa um movimento aleatório, mas que o cérebro manda um monte de informação para iniciar aquele movimento. Isso é importante para entender que é melhor estar  consciente do movimento e, quando for pegar um peso, faça uma contração muscular (abdômen nesse caso) antes de pegar o peso, para ajudar nessa “preparação” do corpo.

Percebendo que ele executou essa contração abdominal de maneira correta (músculo transverso abdominal) orientei o transporte manual de carga. Orientei a dobrar o joelho ao pegar um peso, para movimentar os pés e não torcer a coluna quando for soltar o peso.

Retorno Gradual ao Trabalho: Percebendo sua melhora já iniciei o trabalho funcional. O trabalho dele consiste em pegar peso de 15, 20, 25kg e transportar da máquina para a balança e da balança para o pallet. A balança e a máquina tem a mesma altura e o pallet tem altura variável.

O trabalho funcional consistia em pegar um saco de 20kg e transportar da maca (do ambulatório) para uma cadeira. Esse trabalho para ele é fácil e muito leve. Era essa a intenção! Ele transportou cerca de 10 vezes cada lado (com a cadeira do lado esquerdo e com a cadeira do lado direito). Sempre dobrando o joelho, contraindo o abdômen e movimentando os pés para não torcer a coluna.

Ele irá executar esse trabalho a semana inteira, só irei aumentar a quantidade de exercícios e as vezes que irá transportar o peso, ou seja, retorno gradual.

Visita 3 – 12/02/2014

Durante toda a semana o colaborador R. Disse não ter tido nenhuma dor até ontem (11/02/2014), pois, referiu ter tido um episódio de dor no nervo ciático ontem. A dor aconteceu devido a um exercício que ele executou. O exercício consistia em, com o paciente deitado e com os joelhos dobrados, movê-los em direção ao chão.

Esse movimento de rotação da lombar baixa provocou a dor.

A coluna lombar estava contraturada no lado E, e ele referiu bastante dor, fez alguns exercícios, mas orientei-o em alguns movimentos de mobilização neural e indiquei repouso, sendo que ele foi para casa mais cedo. Estava claudicando um pouco. Ele também chorou, não tanto pela dor, mas pelo desespero de perceber que poderia sofrer tudo aquilo de novo. Tive acesso à sua ressonância feita em julho/13. Mostrou em L5-S1 um sinal de Modic Tipo 2, que considero grave.

Antes disso, segundo ele, fez todos os exercícios e alongamentos sem dor, inclusive estava fazendo movimentos funcionais com o saco de 20kg. Chegando a transportar, somando todos os movimentos 1000kg por dia. O normal é transportar 6000kg/dia.

Diminui as cargas de exercícios e reforcei os alongamentos.

Uma da possível causa dessa dor, seja o excesso de exercicio, pensando em uma pessoa que está inativa há mais de 6 meses.

Uma coisa interessante foi que ele sentiu a dor executando um movimento leve, que não envolvia força.

Visita 4 – 19/02/2014

Colaborador não teve mais nenhum episódio de dor, referiu sentir-se flexível e ágil. Foi orientado a volta ao trabalho dia 03/03, mas como era carnaval, prorrogou para dia 10/03/2014.

Na primeira semana deve iniciar auxiliando os outros colaboradores e não executar a função total de um colaborador.

Também foi selecionado a melhor função para ele voltar ao trabalho.

Após 41 dias ele voltou às atividades, ainda em um ambiente parcialmente controlado (não executando as funções extremamente pesadas).

Movimento certo: Quanto atuei nesse case estava também finalizando o movimentocerto.com.br e utilizei as figuras dos vídeos (printscreen) junto com a descrição. Coloquei todas as fotos no word, adicionei o número de séries, repetições e descanso de cada movimento e entre os movimentos. Imprimi e entreguei ao colaborador.

Achei super fácil (mesmo tendo todo esse trabalho), economizei muito tempo, e, mesmo sendo eu que selecionei todos os movimentos, na hora adicionei alguns que não tinha pensando anteriormente.

UPDATE – maio/14

O colaborador voltou, ficou alguns dias trabalhando e enviou a notícia que iria fazer uma cirurgia no joelho. Confesso que fiquei muito chateado, pois executei um trabalho com um excelente resultado e todos estavam felizes. O departamento de Recursos Humanos da empresa acredita que esse colaborador tenha feito isso para poder ficar mais tempo em casa.

Após a cirurgia realizada e o tempo de afastamento estipulado, o colaborador retornou à empresa com o joelho inchado, mas não referiu dor nas costas, ou seja, mesmo ficando em casa, claudicando (mancando) ele ainda continua com sem dor nas costas.

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